quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças - Braga


«A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM) e a paróquia de Esporões querem que o Estado se envolva no projecto de recuperação da Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças, em Braga. A ideia é reabilitar uma extensa área classificada desde os anos 50 onde existem vestígios que remontam à Idade do Bronze. Os arqueólogos da UM desenvolveram, ao longo do último ano, um plano de recuperação do sítio arqueológico que pretende tornar o local visitável.

"O objectivo é valorizar a importância histórica e cultural do sítio", explica Luís Fontes, coordenador do estudo. O responsável antecipa, no entanto, um longo caminho até à concretização do projecto. "É necessário um esforço de mobilização de diversas entidades, a começar pelo Estado", alerta.

"Sem esse apoio, torna-se impossível concretizar um projecto que não é apenas interessante para a paróquia, mas para a cidade e o país", acrescenta o pároco de Esporões, João Torres.

O estudo já foi apresentado ao Ministério da Cultura, através da Direcção Regional de Cultura do Norte, que o classificou como "interessante" e "adequado" ao sítio. No entanto, os primeiros contactos permitiram antecipar dificuldades para encontrar o financiamento necessário junto da tutela. Igreja e universidade estão, por isso, concentradas na tentativa de sensibilização do Ministério da Cultura para a importância do local onde estão identificados, entre outros achados, os alicerces de uma basílica paleocristã e de um palácio que alguns investigadores acreditam ter sido uma residência dos reis suevos. Outro dos parceiros necessários à recuperação do monte de Santa Marta é a Câmara de Braga, que já demonstrou interesse em associar-se à iniciativa, admitindo vir a apresentar uma candidatura a fundos comunitários que permitam financiar a obra.

Uma vasta área, desde o Hotel da Falperra à Capela de Santa Marta, tem classificação de interesse público desde os anos 50, mas o espólio arqueológico identificado permanece debaixo de terra. A UAUM propõe que se realizem escavações em diversos pontos do monte de Santa Marta. Estes locais devem depois tornar-se visitáveis. No local, a universidade entende que deve ser criado um centro interpretativo que dê a conhecer aos visitantes as várias ocupações que o monte teve ao longo de vários séculos. As escavações realizadas ao longo das últimas décadas permitiram descobrir vestígios de muralhas suevas e de um castro da proto-história. As últimas sondagens feitas no local demonstram, aliás, que a ocupação do monte remonta à Idade do Bronze Final.»

Fonte: Público - Samuel Silva, 17/09/09

1 comentário:

  1. Mt bem. Fizeste um bom trabalho. Escreveres o artigo com base o artigo do jornal foi boa ideia. Continua assim. ;)

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